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“Calma moça, só vim aqui me apresentar” – respondi à moça que mais parecia uma onça e, em meio a uma longa conversa, estabelecemos um tratado de paz.
Em pouco tempo viramos amigos. Percebemos que tínhamos muito mais coisas em comum do que poderíamos imaginar e, confesso, me apaixonei perdidamente por ela. Visitava sua loja todo santo dia, mas ela não me dava muita moral além de nossa amizade.
Um dia, após poucos meses de amizade, eu olhei firmemente na bolota dos olhos dela e disse:
“Pegue um papel, anote a data de hoje e o que eu vou te falar.” – com plena convicção, continuei – “EU VOU ME CASAR COM VOCÊ!”
Uma pena ela não ter anotado. Seria legal ter isso gravado para mostrar aqui.
Na hora em que eu disse aquilo ela fez cara de paisagem. Eu estava convicto. A moça era dura na queda. Os dias foram passando e ela sem dar sinal de esperança algum. Certa vez, eu pensei: – “Quer saber? Essa garota não quer nada com nada, acho melhor largar mão”
Hoje eu entendo. Ela não queria se machucar. O Henrique, nosso filho, já existia e ela se preocupava com o fato de ter um novo homem em sua vida.
Eu estava bem desanimado…sumi por uns 3 dias sem dar sinal algum e ela percebeu. De repente, meu celular vibra… eu vejo uma notificação de mensagem na tela. Era ela…meu coração voltou a ter vida (rsrs).
“Vou casar com essa mulher!” – pensei.
Naquele momento eu sabia que nós ficaríamos juntos. Não me lembro ao certo a cronologia exata de tudo isso, mas eu só sei que foi bem rápido depois disso…no primeiro dia que nos beijamos, namoramos e, ali, casamos. Tudo de uma só vez!
Que louco, né? Pois é. Todos diziam a mesma coisa. Achavam que estávamos sendo precipitados, que era paixão barata, fogo de palha.
Nunca mais nos separamos um do outro. Era novembro de 2015 e, desde então, vivemos todos os dias ao lado do outro.
Enquanto escrevo esse último capítulo, nós completamos 4 anos vivendo, praticamente, 24 horas por dia juntos.
Nesses 4 anos nós já passamos mais tempo juntos do que casais normais (que trabalham o dia todo e se encontram só a noite) que estão casados há 10 anos.
Dizem que o amor de um casal é testado quando passam por uma grande dificuldade financeira. Se isso for verdade, então, o nosso amor passou no teste.
Era janeiro de 2016. Eu com minha loja e a Adeise com a dela. Tínhamos 2 lojas, apesar do CNPJ ser de cada um. O ano de 2015 tinha fechado com um faturamento extraordinário para os dois.
Mas esse novo ano estava diferente. No primeiro mês nosso faturamento já tinha caído 80%. E os próximos 4 meses seguiram em queda. Não dava pra acreditar. Nada do que fizéssemos fazia as vendas aumentarem.
Ações de marketing de todas as formas. Outdoors, busdoors, panfletos, revistinhas do bairro, promoções, Facebook ADS, Google ADS, o dinheiro indo embora e nada de vendas.
“Precisamos tomar uma atitude urgente ou vamos quebrar.” – disse eu para Adeise e continuei – “Acho que o segredo é nos mudarmos de cidade. O problema está aqui.”
Ela respondeu – “Bom, em Curitiba eu tenho parentes e é uma cidade com uma economia bem melhor do que a daqui. Lá tem fábricas, indústrias, o pessoal tem um poder de compra maior.”
Tivemos essa conversa em maio. Oramos e colocamos toda essa situação diante de Deus e pedimos uma direção. Bom…em agosto estávamos morando em Curitiba, com um pequeno apartamento financiado.
Fizemos um pequeno empréstimo no banco e abrimos a nossa terceira loja. Imaginávamos que aquela seria a nossa tacada de ouro. Gastamos todos os últimos centavos em uma tentativa desesperada de nos reerguermos.
No final de 2016 resolvemos fechar as portas. A situação estava insustentável. Não tínhamos dinheiro para colocar combustível no carro.
O sentimento de fracasso inundava o nosso peito todos os dias. Ver tudo o que você trabalhou tanto para conquistar indo embora é uma situação que eu não desejo para ninguém. Foram anos de suor, trabalho, noites mal dormidas. Tudo aquilo acabou.
Um dia o Henrique, nosso filho, pediu: “Pai, vamos pedir uma pizza?”
Nós não tínhamos esse dinheiro. “Não, filho. Vamos comer comida saudável hoje.” – respondeu a Adeise no meu lugar para disfarçar.
Foi um ano muito difícil. Me lembro de acordar por várias noites e ver a Adeise ajoelhada, aos pés da cama, orando e chorando em voz baixa.
Eu a abraçava e dizia que tudo iria passar. No meu coração eu só pedia a Deus um milagre e, por muitas vezes nos perguntávamos se um dia sairíamos daquela situação.
Sabe… A Adeise foi a melhor escolha que eu fiz na vida. Ela foi um presente dos céus. Ela me curou de vários traumas passados e teve a paciência necessária para passarmos por todos esses momentos.
Ela me deu tudo o que eu sempre quis: amor, respeito e uma família.
Na sociedade, ela era uma mulher forte (e continua sendo). Em casa, ela só era a minha menina (e continua sendo).
Existe uma Adeise que só eu conheço. A mulher mais doce do mundo, carinhosa, paciente e compreensiva. A mulher que, no final do dia, só quer o meu colo. Essa é a minha Adeise.
Eu amo vê-la dormindo… amo vê-la sem maquiagem… seu cheiro é o melhor… sua voz me agrada… e sua beleza natural sempre me surpreende.
Durante a crise de 2016, antes mesmo de fecharmos as lojas, em um ato de desespero e sem saber qual caminho tomar, decidimos nos cadastrar em uma empresa de Marketing Multinível.
Trabalhamos incansavelmente por vários meses. Cadastrávamos gente atrás de gente. Só tinha um problema: as pessoas não trabalhavam iguais a nós.
Se você já entrou em uma empresa dessa, sabe muito bem como é se ver trabalhando como um camelo, enquanto “sua liderança” está na Disney curtindo a vida.
Trouxa…essa é a palavra que descreve como eu me senti.
Só não posso falar que foi tempo perdido por duas grandes razões.
Razão 1 – foi nessa que percebemos o quanto era possível prosperar financeiramente. Conhecemos pessoas sem instrução nenhuma que ficaram milionárias.
Aquela experiência me fez perceber uma coisa… existia (e ainda existe) muito dinheiro circulando no mercado e eu só precisava fazê-lo chegar em minhas mãos.
Nossa mente se expandiu.
Razão 2 – Pesquisando formas de como atrair mais pessoas para a minha “rede” de cadastrados através da internet, por um acaso divino, eu conheci uma palavra que mudaria a nossa história, o “COPYWRITING”.
Estudando o material de alguns “gurus”, se assim posso chamá-los, comecei a me deparar com esse termo, copywriting, com uma certa frequência.
Decidi pesquisar mais, procurar livros e materiais que eu pudesse estudar. Em 2016 não existia quase nenhum livro ou site falando sobre copy. Eram bem poucos.
Não me lembro a data ao certo, mas eu já vinha namorando o copywriting há um tempo e estávamos decididos a continuar trabalhando pela internet. Em 2017, ao mesmo tempo em que estávamos no Marketing de Rede, já fazíamos algum dinheiro online, apenas para nos manter…nada mais.
Em outubro me deparei com o recém lançado livro “A Arte de Escrever Para a Web”, do autor Paulo Maccedo.
Aquelas páginas foram determinantes na minha decisão de me tornar um copywriter profissional.
Nas férias de final de ano, comecei a pesquisar as opções de cursos disponíveis e descobrimos que estávamos grávidos da Theodora.
Lembro da Adeise preocupada com a bebê, em como faríamos para aumentar a nossa renda.
Eu disse – “Meu amor, o mesmo Deus que dá um filho, nos dá condições para criá-lo.” – e ela acalmou o coração depois disso.
Depois disso, escolhi fazer o curso de copy mais caro que tinha. Custava R$6.000.
“Meu amor, você sabe que nós não temos esse dinheiro” – disse Adeise para mim em um tom amigável.
“Mas temos limite no cartão de crédito.” – eu respondi e continuei com a pergunta de ouro – “Você confia em mim?”
Ela – “Confio!” – essa resposta mudou tudo. Imagino que, nesse ponto, você entenda o “porque” eu digo que ela foi a minha melhor escolha e o tanto que ela tem valor para mim.
Eu – “Então vamos pagar isso. Eu vou dar um jeito de recuperar essa grana!”
Um pouco antes de concluir meu curso, fui convidado a prestar serviços para uma das maiores agências de copy do País. Adeise resolveu estudar junto comigo, se formou e embarcou no projeto também.
No meu primeiro mês como copywriter profissional, tirei um salário de R$7.500. Foi uma sensação extraordinária, conseguir receber mais do que o valor investido no curso, logo no primeiro mês.
Caramba…só quem passou por algo assim sabe o sentimento incrível que é ter resultados concretos com seu trabalho…ainda mais depois de 2 anos na pindaíba.
Tivemos a oportunidade de participar de grandes projetos, com os maiores players do mercado. A honra de trabalharmos ao lado de copywriters extraordinários, pessoas do bem que, assim como nós, estavam buscando crescimento profissional.
Faltando poucas semanas para o nascimento da Theodora, em um passo de fé, focamos 100% na nossa agência e decidimos “colocar a cara no mercado”.
Nessa aventura doida, dos nossos 3 anos com o copy, estamos completando 2 anos como copywriters profissionais e muita coisa na nossa vida mudou. Nosso trabalho está sendo reconhecido. Somos respeitados entre nossos colegas. Temos uma das maiores agências especializadas em copywriting do país e clientes em fila de espera para serem atendidos. O autor daquele livro azul, Paulo Maccedo, é meu sócio e temos o maior centro de treinamento em copy do Brasil, o Altmaker.
Não pense que foi uma linha reta para chegar até aqui. Ainda existe muita aventura para contar, mas elas eu deixarei para uma próxima minissérie, mostrando a minha trajetória como copywriter profissional.
Eu espero que, de alguma forma, esses 3 capítulos tenham servido como inspiração para você. A vida nos surpreende de várias formas e, mesmo que tudo pareça estar perdido, ainda existe esperança para quem não desiste.
Um menino que perdeu tudo, que se tornou um viciado, considerado por todos um alguém sem futuro… por ter conhecido alguém que é capaz de mudar qualquer história, hoje, possui uma família abençoada, respeito e sucesso profissional.
Não, eu ainda não cheguei onde eu quero e o futuro não me pertence, mas eu sei que meu Pai é bom e que Ele tem os melhores planos para mim.
Que Deus te abençoe, assim como tem me abençoado ao longo desses 20 anos e que você seja grato por todos os momentos de sua vida.
Um forte abraço.
Fred Ribas
Copywriter Profissional (com muito orgulho!)